sexta-feira, dezembro 15, 2006

Como aquelas fotografias antigas

Entre aqueles raiozinhos de sol, sabem? entre aqueles fios quase translucidos de luz que aqueciam o corpo no Inverno. O edificio antigo regelava os ossos e entorpecia os movimentos, mas aqueles raios por entre as nuvens sabiam tão bem...

Sim, as baldas, umas horitas também nunca fizeram mal a ninguém, não é verdade? e de que outra maneira teriamos chegado aqui se não tivessem sido essas horas?

Por vezes sinto o sabor do cigarro como foi naquela altura (que desde essa altura alterou-se e não foi mais o mesmo). Os Marlboro 100% para repartir 1 por 3 com mais facilidade. Agora aperta. Aperta a imagem da máquina do tabaco, as paredes gordurentas onde me esfolava uma horita e meia (vá! duas horitas), as mãos sujas de barro a segurarem na ponta dos dedos meio fio barrento "mas o que é que vai sair daí afinal?" a cola, gesso na cara, tinta, e dinheiro para isso tudo? "Cá me arranjo!"

E a felicidade! Oh a felicidade! Fui mesmo feliz, sabem? mesmo muito. Tanto que agora perdi-me um bocadinho e não encontro o caminho de volta para o que fui. Há dias em que acordo e só tenho a saudade. Essa nostalgia permente que me afaga o sentido de "já foste feliz". Também é essa corda que me impede de ver mais longe e alcançar outros destinos.

Sem saudosismos. Criámos algo maravilhoso. Como centistas malucos que criam gerações espontâneas. E fomos nós! Criamos um nós quando só haviamos tu, eu e ela.



Amo-vos

1 comentário:

Sarilha disse...

Saudades... it's all i have to say!