quinta-feira, janeiro 18, 2007

Um dia de Sol

Acordou. Sobressaltada, como sempre, por um pequeno barulho que parecia vir da sua alma. Olhou para o relógio. Apenas 2 horas tinham passado desde que tinha adormecido. Deixou-se ficar pelo quente conforto daqueles lençóis, sentindo o peso dos vários cobertores como um ser protector. Mas o sono teimava em não voltar.

Olhou pela janela e já era dia. Um sol tímido entrava pelas pequenas frestas do estore, dando-lhe a energia necessária para se levantar. Depois de uma semana de temporal, aquele sol sabia a verão.
Abriu-a e reparou que umas pequenas, mas incomodativas nuvens teimavam em tapá-lo. Meteu-se no banho rapidamente decida a sair à rua e fazer-lhes frente!

Saiu. Sem casaco, sem mala, sem telemóvel. Sem nada. Decidiu dedicar o seu dia ao dia! Saiu para passear, agradecendo a cada centímetro cúbico de ar que lhe entrava nos pulmões, a cada brisa fresca que lhe despenteava o cabelo, a cada raio de sol que lhe aquecia a pele, a cada milímetro de chão que pisava, a cada ser que dela se aproximava… Por simplesmente existirem.

Sons, imagens, odores. Invadiam-lhe todos os sentidos trazendo-lhe recordações… umas boas, outras más… Mas todas com a boa sensação de estar viva.

As nuvens iam-se desintegrando.

Continuou. Sem a noção do passar do tempo… Parecia que tudo se tinha imobilizado num “para sempre” perfeito! Andou, andou, andou. Não se cansava, como se o sol fosse a sua fonte de energia. Enquanto se mantivesse acesso ela continuaria rumo a caminho incerto.

Parou. Não reconhecia aquele local. Impregnado de história era, no entanto, totalmente isolado, abandonado, desconhecido. Todos os seus recantos transmitiam uma força tremenda, contagiante. Não estava cansada mas algo lhe dizia para parar.

Por instantes ali ficou, mas rapidamente se pôs a caminho… Desta vez na direcção contrária. Não sabia que horas eram, mas sentia que devia voltar.

Voltou. Deitou-se. Adormeceu. Acordou. Estava escuro, mas uma luzinha brilhava lá fora. O Sol tinha ficado, prometendo brilhar todo o dia e toda a noite.








( Let the sunshine in! Remember old times?! )

1 comentário:

Paula disse...

E como o texto se adequa á música... é mesmo isso que sinto quando a oiço. Um quentinho dentro do peito como só os bons momentos recordados podem provocar. O chat é muito giro, mas gostava que continuasses a comentar :( Sabes que são os teus comentos e os teus textos que me inspiram para o meu próximio...


beijokas