Vamos a banhos

Apesar de a "Alahora" ser ainda um pequeno rebento no mundo do blog, a sua autora já há uns mesitos largos que rondava a blogosfera e acompanhava algumas histórias.

O primeiríssimo blog que li pertence à mãe Fátima (Mamãããã!!!). Por ela descobri a CK(CkinUk) , e através desta o Casado(VidadeCasado) e outro, mais outro, e ainda outro. Apaixonei-me pelas prespectivas de um diário virtual que servisse de purgatório de todas aquelas coisitas menos boas do dia-a-dia.

Quase todos estes bloguistas desconhecem a minha existencia na blogosfera. Acho até que a única que recebeu um comment meu foi mesmo a CK. Não, não tenho links para o blog de ninguém na minha página. Adicionei-os aos meus favoritos e todos os dias vou ver as novidades.

Também não costumo comentar porque ás vezes os assuntos me revoltam e não gosto de usar linguagem abusiva na " casa dos outros", sim porque quando é para dizer alguma coisa digo mesmo e depois arrependo-me de ser bruta. Enfin! sou uma mera espectadora da vida na blogoesfera

Mas porquê esta historieta toda?, podem vocês perguntar. Porque ontem encontrei e li (porque quando encontro um blog que me agrada, leio-o desde o primeiro post, sim, tenho essa paciência) dois blogs que me perturbaram.

Tratavam-se de duas meninas da minha idade, uma com dois filhos e outra a tentar engravidar.
O.K. vou tentar não parecer extremista, nem desbocada. Já antes me tinha deparado com uma situação assim. Enquanto frequentava o secundário, tive uma colega de turma que era o tipico "géniozinho", médias de 19, linda, meiga, uma joinha de míuda. Até me dava relativamente bem com ela. Até aparecer o namorado. Deixámos de falar com tanta regularidade, ela andava esquiva, furtiva. Um dia, numa aula de E.F., a meio de uma conversa da parvoeira entre umas cinco gaijas, surgiu a conversa do que queriamos estar a fazer dali a cinco anos. Entre quatro das gaijas a opinião era unanime: "Vou estar ainda na faculdade!", Só o que diferenciava era a faculdade e o curso. A quinta deixou-me de boca aberta:"Daqui a cinco anos não sei, mas daqui a dois quero ser mãe!" Claro que a isso se seguiu uma enchorada de, não sejas parva, achas mesmo que é isso que queres da tua vida, vais ter um filho para os teus pais criarem, etc, etc, etc.

Esta história deixou-me a "bater mal". Não eu não sou uma insensivel de sangue frio que não nutre o minimo carinho pelas criancitas. Muito antes pelo contrário! Sim eu faço planos de ter filhos! e muitos, por sinal!(utopia...) uns três pelo menos...Mas como é que eu posso, com 20 anos acabados de fazer(fresquinhos, fresquinhos), um futuro incerto pela frente para organizar, ainda o emprego ideal para encontrar, o amorzão realizar lá o sonho dele e acentar, aqui a je conseguir tirar a porra do curso para depois ter um emprego decente, ter dinheiro( pelo menos algum...), casa, uma vida estável emocionalmente(coisa que a adolescência não proporciona definitivamente) e depois sim!! depois filhos! com muito amor, mas com responsabilidade. E deixar o amorzão a trabalhar sózinho para ficar em casa a tomar conta do rebanho? Santa Paciência, alguma vez?!?

O.K. tenho de respirar fundo que já me estou a exaltar. De facto, uma das coisas que me fazem pensar é que se uma criança de 18 anos deixa a escola para ter filhos, quando chegar a altura do(s) rebento(s) começar(em) na fase escolar, e vierem aquelas perguntas:"mamã, quanto é 9x8?" "ãh, isso é o quê filho? algum smily do msn?" e depois de quê que vai servir a pouca diferença de idades para diminuir o " buraco geracional"?

Pronto, já desabafei. É que ontem á noite quando cheguei a casa, revoltada com o que tinha lido, tentei conversar com a minha "mamy do coração", mas a resposta dela"á quem nasça com a vocação para ser mãe" quebrou-me logo o espirito e nem argumentei mais. Porra! eu acho que também nasci para ser mãe, é para isso mesmo que todas nós nascemos! Mas primeiro sou fêmea! primeiro sou Mulher (que ainda não sou bem, bem...mas quase)! Sou namorada, sou filha, sou colaboradora, sou empregada, sou escrava, sou aluna, sou professora! tudo com o propósito de um dia ser mãe (com m pequenino como já li noutra amiga...) Mas uma mãe que realmente saiba alguma coisa da vida para legar ao(s) seu(s) filho(s). Não uma mãe que ainda ekreve td abrev n1 ptg arcaico que não se entende nada.

Para além desta história, ainda á outra. Uma das meninas que referi acima que aufere a módica quantia de dois filhos e de 21 anitos( também fresquinhos, fresquinhos...) , insere no seu blog alguns posts de fazer carpir as pedras da calçada. O tema? pois claro, o aborto!

Não é pelo tema em si. Mas o facto desta mamã apresentar textos que fazem com que uma mulher que escolha abortar se sinta a pior pessoa do mundo quando não o é!
Vamos por partes:
1. Eu sou a favor do aborto. Sou e pronto! Acho que a Mulher deve ter direito a decidir sobre o seu próprio corpo. Isso deve ser uma decisão tomada inteiramente por ela com a participação do marido, namorado, noivo, o seu qualquercoiso. Porque se estamos cá para os treinos, também temos de aguentar o jogo até ao fim!

2. Nunca na minha vida eu seria capaz de fazer um aborto! porque está em mim, pela minha educação, pela minha maneira de ser, por essa filha que vive no meu futuro e que de vez em quanto me aparece em sonhos.

Agora poupem-me! UMA MULHER QUE FAZ UM ABORTO NÃO É ASSASSINA!!! (Isto dentro de um certo limite de tempo.)

Pensam que é fácil? Pensam? viver com uma culpa que consome todos os dias? pensar no que poderia ter sido? na cor dos olhos que teria? na cor do cabelo? se era menino ou menina? se algum dia voltarei a ter filhos?

Não, não se passou comigo, mas com alguém muito perto do meu coração, e não acredito como é que alguém pode julgar outra pessoa ou a sua atitude sem conhecer nem a pessoa nem as suas razões.

Hoje ficamos por aqui que já estou enervada.

besos guapissimos!!